quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

"Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons."


Julho de 2008. Começavam as aulas na universidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, cidade onde havia ido morar há dois meses, recém-casada. Nunca havia ido para tão longe do RS, minha terra natal.

No primeiro dia de aula, aquele frio na barriga, pensando como seria recebida, se faria amigos ou se não faria.

A primeira semana, como era de se esperar, fiquei deslocada do restante da turma. Meu intervalo não era tão animado como o deles, pois eu passava sozinha, sentada em uma escada. Nunca, 20 minutos foram tão longos.

Já na segunda semana de aula, alguns colegas foram se aproximado de mim e me ensinando como era a vida acadêmica naquela universidade. Foram me acolhendo e aos poucos fui me sentindo em casa novamente.

Quanto mais o tempo ia passando, mais eu me apegava àquelas pessoas. Viraram mais que amigos, acho que até irmãos. Tínhamos uns com os outros uma cumplicidade e carinho que, às vezes, nos dias em que estava triste, pensava estar conversando com minha mãe ou meu pai.

Riamos feito loucos. Tudo para nós tinha graça. Desde a combinação imperfeita de uma saia de bolinhas com uma blusa xadrez até mesmo àquela famosa frase: “Quero o maior baguetão que tiver aí!”.

Passamos muita coisa juntos. As tardes na UCDB para editar pela vigésima vez a matéria do Carlão.

As tardes na casa do Renan para terminar o bendito trabalho do Zanatta. Mas graças a ele descobrimos que o homem da cintura pra baixo é homem e da cintura pra cima é grotesco. Descobrimos também que o Elvis tem um grande poder de quebrar coisas. A apresentação do jornal e os vinte segundos finais dele. E eu que achei que nunca teria vinte minutos tão longos como aqueles intervalos em que passei sozinha, tive vinte segundos que duraram uma eternidade.

A biblioteca, e as escadas dela, lugar onde Elvis simulou um parto para quem quisesse ver. Acho que devia estar empolgado demais com o novo trabalho.

E a escada do bloco B. Aquela era nossa escada. Lugar que reservávamos para dar uma de Ronaldo Ésper e alfinetar quem passasse por ali. Mas eram alfinetadas saudáveis, eu acho.

A sinceridade do Daniel quando disse: “Nossa profª, como a senhora era gorda!”, ou então, “Camila, acho melhor usar protetor solar pois está ficando com aparência de velha!”. Mas é isso aí Dani, temos que falar a real né e você sempre fez isso muito bem.

Enfim, convivemos juntos por quase dois anos até que precisei ir embora de lá, pois meu marido, que é sargento do exército, havia sido transferido para SC. Por um lado, fiquei feliz, pois estaria ao lado do meu Rio Grande para quando quisesse matar a saudade da família. Por outro lado, fiquei triste e com o coração na mão porque deixaria lá em Campo Grande uma outra família, a qual me apeguei fortemente.

Neste momento, estou na minha nova casa, em SC, pensando como deve ter sido o dia de aula dos meus amigos hoje e como será o início das minhas segunda-feira. Na verdade, eu já sei como vai ser. Com um vazio enorme e o coração apertado por não ter mais ao meu lado aqueles que tanto me fizeram bem e me ensinaram o que é uma amizade verdadeira.

Felicidades pra vocês, meus amigos!


Camila Hundertmarck

2 comentários:

  1. Qualéé Maria...
    fazendo a maria do bairro éé?
    =D
    adorei o texto...olha que minha sinceridade é saudável...kkk
    só dxo fazer uma observação...
    aula hoje? pós carnaval?
    cê jura que algum LP foi na facul né?
    hahaha
    :*
    saudades suas!
    e sucesso na nova filial LP aí de SC.
    bjoo

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  2. Dani LP?
    ah que bom que gostou, fiz de coração :)

    siim, saudadonas de vcs tbm,
    de verdade!

    Sucesso pra ti tbm migo!
    e a matriz de CG continua firme e forte com a presença de vcs né, eheheheh!

    bjoooo

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